Por Rodrigo Borges Delfim

Card de um dos 11 cursos ofertados pelo ForMigra em 2022.

Baixe o Relatório completo em PDF com os dados do ForMigra em 2022:

Os cursos online gratuitos oferecidos ao longo de 2022 pelo Programa de Formação e Capacitação em Mobilidade Humana e Deslocamentos Forçados (ForMigra) superaram as expectativas dos organizadores. Ao mesmo tempo, geram uma projeção otimista para a próxima rodada de formações, prevista para começar em abril.

De abril a dezembro do ano passado, foram 11 formações oferecidas no âmbito do programa. Ao todo, foram 546 pessoas participantes, residentes em 127 cidades brasileiras e 5 no exterior. Parte delas participou de dois ou mais cursos.

Os temas foram definidos a partir de consultas e sugestões que partiram de atores da sociedade civil envolvida na temática migratória. Os cursos abordaram regularização migratória, marcos legislativos da nacionalidade brasileira, relação com a mídia e comunicação interna, impactos psicológicos e advocacy, entre outros temas.

Impressões

Ao todo, 94,78% dos cursistas avaliaram de forma positiva as formações oferecidas pelo ForMigra. Entre as pessoas participantes, foi identificada a presença de 15 nacionalidades distintas. A brasileira foi a mais representada (491), seguida pela venezuelana (34) e haitiana (5). Também participaram de cursos do programa representantes de outros 12 países: Colômbia, Argentina, Angola, Bolívia, Cuba, França, Guatemala, Guiné-Bissau, Peru, Síria, Tanzânia e Uruguai.

O pesquisador Mamadou Cissé, natural de Guiné-Bissau e residente em São Francisco do Conde (BA), participou do curso de Capacitação em regularização migratória. Ele destacou a forma didática com a qual o tema foi tratado durante a formação, tanto nas práticas quanto na normativa existente sobre o tema.

“É relevante citar o contato que tive com a forma da tramitação dos processos e ferramentas institucionais que operam no campo da regularização migratória. Outro ponto pertinente foi ter me aprofundado um pouco no conhecimento das garantias legais que assistem o/a interessado/a em obter o seu status de refugiado reconhecido. Por fim, deixo palavras de apreço à AESC, ao ForMigra e demais entidades que têm organizado essas formações”.

Já a mestranda em Comunicação Marília Ravanello, integrante do Migraidh (Grupo de Pesquisa, Ensino e Extensão Direitos Humanos e Mobilidade Humana Internacional) na Universidade Federal de Santa Maria (RS), participou dos dois cursos oferecidas sobre dicas de comunicação para atores ligados à temática migratória. Além do didatismo, ela destacou o fato de os cursos terem conseguido reunir pessoas de diferentes formações acadêmicas e profissionais.

“Gostei também da participação de pessoas com diferentes backgrounds, sejam graduados ou não em comunicação, pessoas que atuam com a comunicação dentro de organizações. E entre elas, os próprios migrantes, que às vezes estão na linha de frente também fazendo atendimento e trabalhando com comunicação”.

O ForMigra e os próximos passos

O ForMigra é uma aliança entre instituições da sociedade civil ligadas à temática migratória e universidades. O programa surgiu com o propósito de capacitar e gerar comprometimento das pessoas que atuam com o assunto, tanto na sociedade civil quanto junto ao poder público, setor acadêmico e outras áreas.

São integrantes do ForMigra: a Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo-Scalabrinianas, por meio do Centro de Atendimento ao Migrante (CAM), de Caxias do Sul; e cinco instituições de ensino superior: Universidade de Caxias do Sul (UCS), Universidade de Passo Fundo (UPF), Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA).

Os resultados obtidos pelo ForMigra em 2022 indicam uma projeção bastante otimista para este ano.

“Neste quadro, enxergamos uma perspectiva de ampliação das organizações que, de alguma forma, participaram do ForMigra. Além disso, outra meta para o ano de 2023 é intensificar o engajamento dos atores envolvidos na promoção do Programa, visando à amplificação dos resultados apresentados”, apresenta a conclusão do relatório sobre os cursos.

Nova etapa em abril

A temporada 2023 de cursos do ForMigra está prevista para começar na primeira quinzena de abril. O coordenador do programa ForMigra no CAM, o advogado Adriano Pistorelo, explica que essa escolha se dá por coincidir com a retomada das aulas pelas universidades.

“As universidades contam com um público bem interessante, que participa, e principalmente, pelo caso do ForMiga ser um curso de extensão universitária, onde os alunos podem obter horas para o currículo. Então, ele beneficia várias frentes, além de ser um programa de incentivo a responsabilidade social”.

*Editor do site Migramundo

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