Arte: Província Maria Mãe dos Migrantes

As Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo-Scalabrinianas, que fundaram e conduzem a Associação Educadora São Carlos (AESC) e suas unidades de saúde, educação e responsabilidade social, têm quatro personagens importantes que integram a origem histórica da Congregação. São eles:

  • São João Batista Scalabrini, que em 1887 fundou a Congregação dos Missionários de São Carlos;
  • Padre José Marchetti, cofundador da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo-Scalabrinianas, ao lado do Bispo Scalabrini, em 1895;
  • Madre Assunta Marchetti, cofundadora da Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo-Scalabrinianas, ao lado de seu irmão, Padre José Marchetti e do Bispo Scalabrini;
  • São Carlos Borromeo (1538-1584), escolhido por João Batista Scalabrini como Padroeiro da Congregação.

 

Conheça quem foi São Carlos Borromeo 

A ORIGEM

A Congregação das irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo-Scalabrinianas tem como Protetor São Carlos Borromeo, que viveu nos anos de 1538-1584. Nasceu em Milão (Itália), mais precisamente em Arona, cidade vizinha. De família nobre, renunciou à riqueza e dedicou-se desde muito jovem à vocação sacerdotal. Carlos Borromeo foi ordenado sacerdote, bispo, arcebispo de Milão e, sucessivamente Cardeal. Viveu apenas 46 anos, mas o suficiente para marcar sua vida pelo testemunho da humildade, da doação e do bem.

 

O PATRONO

Mais de três séculos depois, em 25 de outubro 1895, o bispo Dom João Batista Scalabrini fundou a Congregação das Irmãs, em Piacenza, Itália, e escolheu como Patrono São Carlos Borromeo pelo seu amor revelado para com as pessoas, sobretudo no que tange à cultura, ao amor pelos fiéis, sobretudo os pobres e doentes. Seu lema consistia em uma só palavra: Humilitas.

 

TRABALHO DURANTE EPIDEMIA

A vida de São Carlos imortalizou-se, sobretudo, na época em que uma epidemia conhecida como “Peste Italiana” (doença contraída a partir do contato humano com pulgas infectadas pela bactéria Yersinia pestis, presentes em ratos) atingiu Milão no ano de 1576 e ele era arcebispo dessa Arquidiocese.

Milão, desde aquela época, era o centro da riqueza do país. Os nobres e os governantes saíram da cidade para se resguardar do contágio da peste, abandonando o povo. Ninguém se compadecia dos doentes, pobres e famintos. A confusão e o medo assolavam a cidade que ficou deserta e em ruínas. Cerca de 60 mil pessoas morreram em Milão e, as que restaram ficaram empobrecidas.

Compadecido, o arcebispo visitava pessoalmente os contaminados confinados em casa, lavava suas feridas, consolava-os e dava-lhes os Sacramentos. Sua atividade foi prodigiosa, como organizador e inspirador de confrarias religiosas, de obras de caridade, de institutos de beneficência.

 

PROTAGONISMO

Organizou os religiosos para atender os doentes, pois cerca de 60.000 pessoas eram alimentadas por dia, em uma iniciativa custeada pelo cardeal; utilizou todos os seus bens (e eram muitos!) na construção de hospitais, albergues para os pobres, organizou serviços sanitários, fundou e renovou hospitais, procurou dinheiro, gêneros de primeiras necessidades, decretou medidas preventivas, assistência aos doentes e enterrou os mortos com dignidade.

Carlos lançou mão de tudo o que possuía, para amenizar a triste sorte dos doentes. Grande parte de sua receita era para atender os pobres e doentes. Heranças ou rendimentos que lhe vinham dos bens de família, distribuía-os entre os desvalidos. Por fim, tendo esgotado todas as fontes de recursos, ele mesmo pedia esmolas para os pobres e abria assim fontes de auxílio.

A peste durou cerca de um ano (1576-1577). Nesse longo tempo de epidemia, Milão estava despovoada, até porque um terço da população havia morrido e o restante das pessoas estava confinada em suas casas. O Cardeal Carlos Borromeo, preocupado porque o povo estava sem missa, ordenou que fossem construídas nas principais praças e encruzilhadas da cidade, cerca de vinte colunas em pedra, com uma cruz a fim de permitir que os habitantes, das janelas de suas casas, pudessem participar das missas e orações públicas.

 

FINDARAM AS FORÇAS

Esse longo período de doação incansável consumiu suas forças. Tinha febres altas que o debilitaram muito. Fragilizado, após essa epidemia, sua atuação foi mais restrita e, poucos anos mais tarde faleceu com apenas 46 anos. Antes de morrer, revelou estar feliz por ter seguido, em toda a sua vida, os ensinamentos de Cristo. Faleceu em 4 de novembro de 1584. Sua canonização foi celebrada pelo Papa Paulo V, em 1610.

 

Conteúdo original, de autoria da Irmã Marileda Baggio, disponível em: https://scalabrinianas.org.br/padroeiro/

 

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