A travessia da fronteira entre Moçambique e a África do Sul é considerada difícil e arriscada para muitas pessoas imigrantes. Um ambiente tenso e de rompimentos afetivos, devido às dificuldades que flagelam moçambicanos e os faz buscar no país vizinho melhores condições de vida. Um dos espaços de acolhimento, dedicado a mulheres e crianças fragilizadas por essa situação é o Bienvenu Shelter, com sede em Joanesburgo, capital sul-africana. Mantido pelas Irmãs Scalabrinianas, é referência local.

Para oferecer uma escuta sensível e profissional aos dramas das pessoas que lá se encontram, o Legame – Teleatendimento em Saúde Mental da AESC, passou a ofertar seu serviço. Em reconhecimento ao atendimento de qualidade prestado por psicólogos às mulheres e seus filhos imigrantes e refugiados, a instituição concedeu um certificado de agradecimento (foto) à Associação Educadora São Carlos, no final do ano.

Esse foi um dos movimentos de expansão internacional, iniciado em 2022. No segundo semestre, o Legame chegou à Argentina, onde a Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo – Scalabrinianas mantém o Centro de Atención al Migrante (CAMI), em Buenos Aires.

“A ampliação da abrangência territorial do Legame materializa os investimentos da AESC para acolher as pessoas em mobilidade e fortalecer o carisma Scalabriniano de promover a saúde dos migrantes”, destaca o Diretor Executivo de Saúde Complementar da AESC, Maximiliano das Chagas Marques.

Fachada do CAMI, na Argentina

Atualmente, o Legame dispõe de atendimento em quatro línguas: português, espanhol, inglês e francês. A equipe atua com seis profissionais, sendo uma pessoa na França, o que viabiliza o acolhimento às pessoas que recorrem ao serviço no continente africano, em razão do fuso horário.

 

Legame: Breve histórico

 

Na AESC, tem-se como premissa o acolhimento e o humanismo – que, na saúde, é expresso pelo cuidado centrado nas pessoas, em um ambiente institucional promotor de afeto, dignidade, resultado e segurança. Assim nasceu o Legame: da percepção de que seus funcionários precisavam de espaço de escuta e apoio.

 

Os atendimentos começaram pelo cuidado psicológico e psiquiátrico dos funcionários das instituições mantidas pela AESC no Rio Grande do Sul, em abril de 2021: além dos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPS AD), os hospitais Mãe de Deus e Santa Ana, em Porto Alegre, os hospitais Santa Luzia, em Capão da Canoa, e Nossa Senhora dos Navegantes, em Torres, e três colégios na Serra e na Região Sul foram contemplados. O serviço teve de imediato grande adesão, estendido de pronto aos familiares.

 

A partir de setembro de 2021, passou a atender também os imigrantes cadastrados no Centro de Atendimento ao Migrante (CAM) em Caxias do Sul, braço de responsabilidade social da AESC. Como um grupo também fragilizado pela pandemia, essas pessoas encontraram no Legame um espaço de escuta sensível. 

 

Desde o lançamento, foram mais de 2,8 mil atendimentos de funcionários e familiares, e 650 de imigrantes, com psicólogos ou psiquiatras.

Saber que existe um serviço terapêutico na empresa em que se trabalha é um diferencial que permite lidar com o sofrimento emocional por meio do acolhimento.

Atividade para migrantes na Bienvenu Shelter

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