Banda Constelação Céu e Alegria / Foto: Comunicação AESC

Promoção da saúde mental com música, confetes, respeito, máscaras, integração. Esses foram os ingredientes do primeiro carnaval promovido no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS IV) Centro Céu Aberto, na tarde de 25 de fevereiro. A equipe multidisciplinar de saúde mobilizou os usuários desde os ensaios até a decoração do prédio, na Rua Comendador Azevedo, 97. A animação ficou por conta da banda Constelação Céu e Alegria, da qual participam os frequentadores do local. Os instrumentos foram cedidos pelo Instituto Cultural Afro-Sul Odomodê, que desenvolve programas e projetos de arte e cultura com cunho educativo e social, com base na inclusão. 

Um dos integrantes é Andrei Silva Flores, 22 anos, que chegou ao CAPS IV após solicitar internação no posto da Vila Cruzeiro, devido ao consumo de álcool e uso de substâncias tóxicas. Com Ensino Fundamental completo, ajudou a compor o samba-enredo para este carnaval, com apoio do terapeuta ocupacional Lucas Fonseca. “Foram vindo palavras na minha mente e eu fui botando tudo para fora, escrevendo no papel, até que o TO Lucas me convidou para melhorar o samba”. O jovem se diverte com a Folia de Momo desde pequeno, e relata ter desfilado em uma das mais tradicionais escolas de samba de Porto Alegre. “Fui campeão pela Academia de Samba Praiana com a bateria do mestre Chiquinho. Toco repique desde os 16 anos”, relembra com entusiasmo.  

Sidinei da Costa, 40 anos, também participa da banda. O consumo de substâncias ilícitas começou aos 12 anos e, com o apoio da mãe, procurou o suporte do CAPS IV. “Aqui é minha segunda família. O pessoal é muito gente boa.” Carnavalesco de longa data, já desfilou pelas escolas Acadêmicos da Orgia e Bambas da Orgia. No seu horizonte, está a construção de uma nova etapa da vida. “Agora quero me recuperar e voltar ao mundo real, com trabalho”, projeta.

Confira o samba-enredo Imperadores a Céu Aberto:


Chega o grande momento, que sonhamos em comemorar
Dia de alegria, no Céu aberto vou me recuperar
Em comunhão com meus irmãos, frequento o grupo, toma medicação
Frequentando o CAPS eu vou rindo e sendo aprendiz
Porque aqui tem uma equipe que me faz feliz

 

Comendador Azevedo virou a rua que sigo pro CAPS
Porque aqui a mente é aberta, é os de verdade
De vez em quando dou um rolé, é minha cidade, ando na fé
Respeito mano, mina, tanto faz, se é homem ou mulher (2x)

 

Festa na rua é cultura e também saúde mental
Pra completar a alegria, venha você pra este Carnaval (refrão)

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