Uma das principais preocupações com a saúde é tema de campanhas, debates e alertas neste mês. Com o Dia Nacional de Combate ao Colesterol, instituído em 8 de agosto, a sociedade tem a oportunidade de se conscientizar e se informar sobre prevenção de doenças cardiovasculares decorrentes dos níveis alterados desse tipo de gordura do organismo.

“O acompanhamento regular do colesterol é fundamental para uma vida saudável, já que o diagnóstico precoce de níveis alterados pode evitar o entupimento das artérias, possibilitando iniciar o tratamento e evitar um infarto, que poderia levar a morte, ou um AVC, que muitas vezes deixa o paciente debilitado”, alerta o cardiologista intervencionista Eduardo Antoniolli, do Hospital Santa Luzia, em Capão da Canoa.

O especialista explica que infarto e AVC são, hoje, as principais causas de mortalidade no mundo e têm o colesterol ruim alto como um de seus principais fatores de risco. Para afastar essa ameaça, alguns cuidados são essenciais, conforme as indicações abaixo:

 

Tipos de colesterol

Antes de pensar em diminuir o colesterol, é preciso entender que ele se divide em mais de um tipo. De maneira didática, pode-se separá-lo em ”bom”, que é o HDL e ajuda a retirar o colesterol das artérias, e em ”ruim”, que é o LDL, o temido colesterol que se deposita nas artérias causando os entupimentos. Por isso as pessoas devem, então, tentar aumentar os níveis de colesterol bom (HDL) e baixar os de colesterol ruim (LDL).

 

Fator genético
É importante saber que existem doenças genéticas nas quais o colesterol alto e suas consequências são herdados de geração para geração. Portanto, quem tem familiar com colesterol alto deve, obrigatoriamente, monitorar por meio de exame de sangue. A hipercolesterolemia familiar é o principal exemplo de traço genético herdado com colesterol ruim alto, podendo ocorrer em até uma pessoa a cada 200 em nosso país, causando problemas arteriais extremamente graves em pacientes jovens.

 

Primeiro passo
O primeiro passo é consultar e fazer a dosagem do colesterol, o diagnóstico precoce sempre é o melhor remédio, até porque algumas situações de colesterol elevado têm causas genéticas hereditárias, mesmo em quem cuida muito da alimentação e do exercício físico.

O acompanhamento regular é necessário, pois o acúmulo do colesterol nas artérias ocorre ao longo das décadas, iniciando na maioria das pessoas por volta dos 30 anos, com consequências iniciando normalmente pela quinta ou sexta décadas de vida.

 

Manter-se em atividade
É fundamental manter uma rotina de exercícios físicos, principalmente com algo que você goste de fazer, assim será mais fácil manter uma regularidade ao longo do tempo. O exercício físico é uma das poucas maneiras de aumentar o colesterol bom (HDL). Além disso, é necessário ajustar a alimentação, com a redução da ingestão de gorduras de origem animal, substituída pelas de origem vegetal, evitar frituras, álcool em excesso, refrigerantes ou outros alimentos com excesso de açúcar. Estar atento ao excesso de sal também é muito importante, já que seu uso pode causar hipertensão arterial.

 

Apoio da família
Os hábitos dentro da mesma casa influenciam muito no resultado do tratamento. Convidar um familiar para uma caminhada ou pedalada pode fazer a diferença. Modificações na alimentação, como redução do pão ou de gorduras de origem animal (banha, bacon, manteiga, creme de leite, gordura de carnes, queijos), funcionam muito melhor quando aplicadas na família inteira em vez de em somente um dos indivíduos, além de promover a saúde em todos que moram naquele mesmo lar.

Os grandes inimigos
O álcool contém uma grande quantidade de calorias, causando ganho de peso, além de aumentar o colesterol. Por sua vez, o cigarro causa aumento dos depósitos de gorduras nas artérias, além de múltiplas doenças nos pulmões, inclusive câncer. Contudo, parar de beber e fumar não é fácil nem simples. Procure um profissional médico de confiança para lhe ajudar nessa jornada.

Tratamentos
Os atuais tratamentos para diminuir o colesterol ruim, o LDL, são, no nosso país, as estatinas, que na sua maioria são comprimidos. Além disso, em alguns pacientes mais graves, podemos utilizar a ezetimiba, que também tem apresentação em comprimidos, ou os inibidores do PCSK9, que são medicamentos subcutâneos também para pacientes mais graves.

Os medicamentos da classe das estatinas têm segurança comprovada em estudos com centenas de milhares de pacientes. Uma estatina de alta potência pode diminuir o colesterol ruim em até 50%.

Além disso, estudos em pacientes que nunca haviam tido nenhuma doença cardiovascular anterior demonstraram uma redução de 34% na taxa de infartos naqueles com colesterol alto utilizando as estatinas.

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